Ano: 1987
País: Irã
Na escola, Ahmad vê o amigo Nematzadeh levar um esporro enorme do
professor por não ter feito os deveres de casa no caderno, como foi
solicitado; o professor ameaça que se no próximo dia, caso Nematzadeh
chegue à escola sem os deveres feitos no caderno será expulso. Ao chegar
em casa, Ahmad percebe que pegou por engano o caderno do amigo, e a
preocupação faz com que ele fuja de casa para ir à vila vizinha devolver
o caderno.
A aridez, a precariedade material e os rígidos costumes iranianos criam uma ambiência dura e áspera para o dilema do menino. Sua determinação feita dum misto de perseverança e teimosia nos levam a uma interessante irritação que Kiarostami constrói utilizando-se de repetições, alongamentos de cena, insistência infantil, intencionais "perdas de tempo", conseguindo nos fazer oscilar entre torcer pelo garoto ou torcer seu pescocinho, hehe...
ResponderExcluirA odisseia de um menino em busca da casa de seu amigo para devolver a este um caderno q fora trocado. Um lirismo seco e fabular. Precisão encantatória nos movimentos circulares, nos encontros, na jornada de descoberta de uma espécie de verdade, ou melhor, uma forma poética contida afeita as imagens em expansão sabe-se lá por quais mágicos mecanismos a vida se desenvolve assim como o cinema. Os passos do menino velozes, mas sem rumo certo. Uma busca antes moral, de uma beleza infantil e certeira no modo como apresenta a solidariedade entre dois meninos para além das normas do mundo adulto.
ResponderExcluirFilme incrível. Um mundo tão distante que por vezes assemelha-se com o nosso sertão nordestino. Particularmente gosto muito de filmes e livros que abordam a temática da infância e este, de algum modo, me provocou semelhante sensação à que experimentei quando assisti "os incompreendidos" de Truffaut. Talvez ainda maior euforia pela proximidade com os costumes nordestinos. Não me canso de parabenizar ao responsável pelo blog.
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